Olá!
No artigo de hoje vou falar sobre uma pergunta que tenho recebido muito nos últimos meses: “existe o risco do Governo não devolver meu dinheiro no Tesouro Direto e dar o famoso “calote” (ou default)”?
Como tenho recebido muitos emails perguntando isso, escrevi esse artigo pra tentar responder a essa questão. O artigo ficou comprido, então dividi ele em duas partes pra ficar mais fácil de ler e entender!
Se você quer investir no Tesouro Direto mas está com medo dos riscos que esse investimento pode ter, e principalmente, está com medo de não receber seu dinheiro de volta, leia este artigo!
E não esqueça de baixar o meu ebook SUPER Técnica de Investimentos, clicando aqui, e aprenda a investir com segurança e rentabilidade!
Uma rápida introdução sobre o Tesouro Direto e Títulos do Governo
Já comentei em artigos anteriores que o Tesouro Direto é um instrumento que permite que o Governo tome dinheiro emprestado da sociedade em geral. Isso inclui empresas, Bancos, estrangeiros, pessoas como eu e você, e etc.
O Governo toma este empréstimo da sociedade, e na troca, paga taxas de juros próximas da Taxa Selic.
É normal os Governos ao redor do mundo tomarem dinheiro emprestado da população. Aqui no Brasil, o Governo pega dinheiro emprestado com as finalidades:
- Cobrir buracos no orçamentos,
- Rolar dívidas antigas pra frente (sabe aquele sua NTN-B que venceu agora? O Governo emite um título hoje pra pagar seu título, que é antigo);
- Realizar a política monetária.
Pra saber mais sobre o que é o Tesouro Direto, clica aqui e leia este artigo.
E como está a dívida do Governo Brasileiro?
Todo investimento tem riscos, já expliquei em artigos anteriores. Mas pra saber se você corre risco de não receber seu dinheiro ao investir no Tesouro Direto, você vai precisar entender um pouco da Dívida Pública Federal (a dívida do Governo).
Primeiro passo pra entender a Dívida do Governo Brasileiro é saber qual é a proporção dela em relação ao PIB. E a dívida bruta hoje (ago/2015) é de 65,3% do PIB.
Não se assuste, pois o tamanho da dívida não diz muito. Veja por exemplo, os Estados Unidos tem uma dívida bruta de 101% do PIB (em 2015 – dados do Federal Reserve). O tamanho da dívida é importante, mas mais importante do que o tamanho é se o país consegue pagar ela.
Pra saber se a dívida vai ser pagar precisamos saber se ela cresce rápido. No caso do Governo Brasileiro, espera-se que no final de 2015 a dívida pública chegue 67,6% do PIB (projeção do Banco Central). Isso quer dizer que a Dívida Pública cresce rápido, o que é não é bom.
Por que a Dívida Pública Brasileira cresce tanto?
Agora que sabemos que a dívida Brasileira cresce rápido, precisamos saber se as receitas que o Governo Brasileiro também crescem rápido. Você sabe que tudo o que entra de dinheiro pro Governo é resultado dos impostos arrecadados. E a arrecadação de impostos depende da economia do país.
Pra trazer essa idéia pro nosso cotidiano, pense na dívida de um cartão de crédito. Como os juros são altos, a dívida cresce rápido, certo? E em geral, cresce muito mais rápido do que os aumentos de salário que as pessoas recebem, ao longo do tempo.
A lógica com a dívida do Governo é a mesma. O Governo tem gastos que crescem mais rápido do que o dinheiro que ele recebe pela arrecadação de impostos. O dinheiro que um Governo tem depende dos impostos que eu, você, e todo país pagamos. Quando o país cresce pouco, o Governo arrecada menos impostos.
O que acontece no Brasil é algo tão singular, que vale a pena explicar aqui!
Dívida Pública Brasileira e o grande problema do gasto público no Brasil
Antes de continuar, quero lembrar os leitores como é importante sabermos economia pra investirmos bem. Por isso, sempre busque entender a economia e o mundo à sua volta. Não se deixe levar por opiniões prontas. Analise os dados, vá direto nas fontes e tire sempre suas próprias conclusões. 🙂
Voltando a falar sobre a Dívida Pública Brasileira, de acordo com estudos feitos pelo especialista em orçamento público Raul Velloso, quase 70% dos gastos do Governo Brasileiro são relacionados a pagamento de pessoal, e esses gastos crescem todo o ano. Além desses gastos serem reajustado anualmente, temos um problema criado pela nossas leis (mais especificamente, pela constituição de 1988). Uma grande parte desses gastos não pode ser cortada pois são protegidos e determinados por lei. Eles incluem salários de funcionários públicos, servidores, previdência (e o rombo da previdência), e etc. E isso quer dizer que mesmo que o Governo queira, ele não consegue cortar esses gastos. Só através de mundaças nas leis, os gastos do Governo reduziriam.
Somado a isso, os impostos são muito pesados no Brasil. Eles consomem (junto com o déficit público) quase 40% do PIB *(atualização de dez/17: este número já está em 45% do PIB). O problema é que com impostos desta magnitude, o país é pouco competitivo. E isso prejudica o crescimento da economia, que finamente prejudica a arrecadação de impostos.
Se você quer entender mais sobre o tema, assista este vídeo. Se você não gosta de economia ou acha chato faça um esforço, pois o vídeo é muito bom e vale a pena!
No próximo artigo vou continuar explicando sobre a Dívida Pública Brasileira e se você corre mesmo o risco de não receber seu dinheiro ao investir no Tesouro Direto!
Gostou da primeira parte do artigo sobre o risco de calote do Tesouro Direto? Deixa um comentário! Compartilhe :-)!
Recomendo a leitura:
- A Taxa Selic e sua importância pra seus investimentos
- Como fazer seu dinheiro render na crise
- Como ter uma segunda fonte de renda em 4 passos
- Dicas de investimento para todos os bolsos, de R$ 1 mil até R$ 100 mil
- Aprenda a definir seu perfil de investidor
- Como calcular a rentabilidade real de um investimento
- *Página Principal*: acesse e veja os novos artigos e notícias
Me ajude a divulgar este artigo :-)! Compartilhe com seus amigos:
[magicactionbox]
muito bom seu comentário
Olá Roberto!
Muito obrigada, a continuação do artigo já está disponível, :-)!
Abraços!
Parabéns, Gisele. Sempre somando para o nosso conhecimento.
OLa Larissa, obrigada pelo seu comentário!
Espero continuar ajudando os leitores com meus artigos!
Abraços!
Ótimo artigo.
O governo gasta muito e não é de hoje, sempre gastou muito e poupou pouco.
Pena que a população não quer aprende a investir em outras modalidades fora da caderneta de poupança.
Mesmo que alguns títulos são caros ( mas não pesquisa para compra um pedaço) e o tempo é outro problema que demora demais para resgata.
Mas se a população soubesse investir em TD, Ações e FII, o governo teria que melhora muito o rendimento da poupança, ( mas a população não que aprende isso).
Muitos dá desculpa que é muito difícil investir em TD e ações, outros falam que não tem tempo ou dinheiro, mas esquece que no futuro irão se aposenta ( se até lá existe aposentaria), e mesmo se aposenta terão que trabalha para completa o orçamento do Mês.
Mas agradeço por este site por ensina a investi no TD e depois em Ações, tenho poucas ações e TD mas garanto que estou poupando para a minha aposentaria.
Agradeço a Deus por encontrados sites como o seu que me ensinaram e ainda me ensinam a investir ao poucos.
Olá Misael!
Obrigada pelo comentário!
É verdade tudo que falou, certamente o governo não deixará de pagar, mesmo que a custo de inflação.
É muito bom ver os leitores, como você, progredindo e evoluindo a cada dia! Espero estar sempre contribuindo na sua caminhada com investimentos através dos artigos do site!
Abraços!
Como sempre excelente seu post Gisele, parabéns!
Queria saber se existe algum seguro para quem investe em TD como a FGC faz com LCI, LCA, CDB, etc…, e se tem um teto que eles te devolvem se o pais te der calete com o título?
Obrigado pelas dicas +1vez!!!
Olá Fellipe!
Até onde sei, não existe um seguro pra quem investe em tesouro direto. O risco é todo do investidor. Apesar desse risco ser baixo, é um risco que existe. E se ocorrer algum tipo de default, e o Governo ficar com o dinheiro, o mais provável é que não haja devolução. Mas a possibilidade disso é remota…
Abraços!