A rentabilidade real de um investimento

A rentabilidade real de um investimento II- Seu Guia de Investimentos

Você sabe como calcular a rentabilidade real de um investimento? Ou seja, como descontar a inflação do rendimento que você está obtendo? Esse assunto é muito comum e recorrente quando falamos de investimento. E é muito fácil também. Mas é preciso tomar alguns cuidados. 

Se você quiser aprender mais sobre os diversos tipos de investimento, em especial, o investimento em ações, você pode baixar o meu e-book “Guia 3 Passos Pra Investir em Ações”, clicando aqui.

A maneira errada de descontar a inflação de um investimento

Antes de continuar a explicar a rentabilidade real de um investimento, recomendo que você leia este artigo (clique aqui) sobre inflação. É fundamental você entender o que é a inflação e o efeito que ela tem no poder de compra do seu dinheiro pra compreender o que vou explicar a seguir.

Há pessoas que dizem que a forma certa de retirar os efeitos da inflação de um investimento e descobrir a sua rentabilidade real é subtrair uma taxa da outra. Ou seja, suponha que você colocou seu dinheiro na poupança, e ela rendeu 6% no ano, e que a inflação foi de 5%. Dessa forma bastaria tirar 5% de 6%, o que daria um ganho real de 1%.

Mas esta conta não é a forma certa de descontar a inflação de um rendimento. Neste caso o rendimento seria de 0,9523%. Mas de onde vem essa diferença?

Ela se origina da forma correta para calcular os impactos da inflação nos investimentos, que se faz através da seguinte forma:

Fórmula para calcular a rentabilidade real de um investimento sem inflação

Taxa real de rendimento = ((1 + remuneração do investimento)/(1 + taxa de inflação)) – 1

Se você ficou com dificuldade de entender esta fórmula, leia este meu artigo explicando como funcionam os juros (clique aqui).

Vamos ver agora o impacto da inflação na rentabilidade real dos depósitos na poupança.

Impactos da inflação nos Investimentos em poupança

Se você quer saber a rentabilidade real ao investir na poupança e descontar a inflação, vai ter um pouco de trabalho. Isso porque os investimentos feitos até 04/05/2012 eram remunerados em 0,5% ao mês – valor fixo. Atualmente a poupança paga rendimentos em dois cenários:

Quando a taxa Selic for superior a 8,50%, a poupança vai pagar a Taxa Referencial (TR) + 0,5% ao mês. Já quando a taxa Selic for inferior a 8,50%, a poupança paga a TR mais 70% da taxa Selic.

A Taxa Referencial é uma taxa calculada pelo Banco Central, que geralmente é baixa quando comparada a inflação. Esta taxa muitas vezes já chegou a zero em diversos meses de 2012 e 2013. Mas ela sempre será igual ou superior a zero.

A Taxa Selic é a taxa de juros da economia (leia mais sobre ela clicando aqui). Ela é utilizada como referencial para diversos investimentos no mercado financeiro. Você pode consultar o rendimento da taxa Selic no link do Site do Banco central, neste link.

Se você depositou seu dinheiro na poupança antes de 04/05/2012, então você terá como remuneração os 0,5% ao mês, conforme disse acima. Se você fez depósitos tanto antes como depois desta data, então é preciso olhar a tabela de depósitos do Banco Central e avaliar a rentabilidade total do seu investimento acessando este link.

Como saber a QUANTAS ANDA A taxa de inflação

Existem diversos índices que podem servir de referencia para a inflação. Os mais utilizados são o IPCA e o IGPM, ou IGP-DI. Existe um IPCA para cada capital do Brasil. Você pode utilizar qualquer um destes índices que preferir. Para consultar os valores do IPCA, você pode acessar o link para o site do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), entidade governamental que realiza o calculo oficial deste índice, clicando aqui neste link .

Utilizando a Calculadora do Cidadão, do Banco Central

Para ajudar as pessoas a realizarem o cálculo da rentabilidade real de um investimento descontada a inflação, o Banco Central desenvolveu uma ferramenta muito interessante. Chama-se calculadora do cidadão. Com ela, além de conseguir descobrir o valor que você tem investido na poupança descontada a inflação, ela também permite que você consiga calcular diversas outras correções, além de permitir analisar o rendimento de investimentos em parcelas, avaliar gastos de cartão de crédito e muito mais.

Experimente utilizar a calculadora do Banco Central para avaliar a rentabilidade dos seus investimentos, acessando este link.

Agora que você sabe que todo investimento sofre os impactos da inflação, e que a rentabilidade real depende da taxa de inflação, fique esperto! Sempre, ao avaliar o rendimento de qualquer investimento, não esqueça de descontar os impactos da inflação.

Gostou deste artigo? Compartilhe com seus amigos! Vamos ajudar a educação financeira atingir todos que estão à nossa volta! E deixe um comentário, pois essa troca é muito positiva!

Compartilhe este artigo também com seus amigos nas redes sociais:

Recomendo a leitura:

 
[magicactionbox]

Sobre Gisele

Sou apaixonada por finanças e investimentos. Essa paixão começou em 2004 quando comecei a investir em ações. Aqui no site tenho como objetivo ajudar meus leitores a entender como o mercado financeiro e a economia estão presentes no seu dia-a-dia e a melhorar sua capacidade de tomar boas decisões de investimentos para suas vidas. Eu invisto através da filosofia de investimento em valor e análise fundamentalista. Quero dividir um pouco do que aprendi com vocês e também, aprender sempre mais através dos seus comentários e suas dúvidas.

14 comentários

  1. DENISE

    Gostei muito das dicas Gisele.
    eu andei vendo alguns investimentos no hsbc,porem aparentemente,não me pareceu lucrativo.
    o que você acha dos fundos de investimentos do hsbc?

    • Olá Denise! Obrigada por seu comentário e pela sua participação no site!

      Denise, em geral os fundos de investimento cobram taxas que podem afetar a rentabilidade, como a taxa de administração, e as vezes taxa de performance. Os mais seguros são os Referenciados DI e os de renda fixa, mas eles tem rentabilidade muito baixa quando você desconta esses custos e o Imposto de Renda. E como o benchmark desses fundos é o CDI, nem sempre são boas alternativas. Dependendo do dinheiro que você tem pra investir pode ser que LCI/LCAs compensem mais, já que são isentas do IR e não cobram taxas. Alguns bancos oferecem LCIs que pagam 106% do CDI, mas a liquidez é so no vencimento. Precisa analisar todos esses pontos. Tem alguns artigos no site que podem ajudar, da uma olhadinha no que fala sobre “como investir em LCIs”. Fique a vontade pra perguntar se precisar,
      Espero tê-la ajudado, abraços e fique com Deus!

  2. Genilson

    Creio que sua fórmula para cálculo de Rendimento Real não está correta. Ela calcula, na verdade, uma outra grandeza, também de interesse, mas não é o que se propõe. Mostra, na verdade, quanto uma situação é superior à outra…
    Mas: Se eu apliquei 100,00 com inflação de 5% ao ano e se meu investimento só compensou a inflação, eu terei 105,00, certo? Se eu recebi 106,00, meu rendimento real é, sem dúvida, 1,00. 1,00/100,00=1% . Seu cálculo dá 0,952%. Está correto, mas é outra coisa.

    • Olá Genilson, e obrigada por seu comentário!

      Não sei se eu entendi bem sua pergunta. Quando falamos de rendimento real no mercado financeiro, estamos falando da taxa de retorno descontada da inflação.

      O Calculo correto não pode ser a subtração como colocou porque no mercado financeiro a rentabilidade de qualquer aplicação é paga sobre o valor corrigido pela inflação até o valor nominal.

      Essa relação taxa de juros x inflação é chamada de efeito fisher (relacionado ao economista Irving fisher). O pessoal chama essa equação que mostrei no artigo sobre como descontar a inflação das taxas de juros de “equação de fisher”.

      A ideia é que o poder aquisitivo de 100 reais hoje equivale a 105 reais no futuro, logo o rendimento real não é (106-105)/100 mas 106/105 -1, porque voce está calculando esta rentabilidade em valores presentes e não valores futuros.

      O modus operandi do mercado financeiro segue essa lógica que falei. Se você quiser saber mais sobre essa idéia tem um livro que chama “Princípios de Economia”, de Robert Frank e Ben Bernanke (que é hoje presidente do FED). Da uma olhada no capitulo 17 onde se fala de inflação e índices de preço. Ele é bem didático e explica essa questão.

      Abraços.

  3. Matheus

    Olá Gisele, já pesquisei e não localizei nada à respeito. Os valores apresentados pela CALCULADORA DO CIDADÃO do Banco Central, no caso do CDI, já é o valor subtraído do imposto de renda ou o valor bruto? Obrigado.

    • Olá Matheus! OBrigada pelo comentário!

      São sempre valores brutos, precisa descontar custos e IR.

      Abraços!

  4. Olá Gisele,

    Gostei da sua forma direta e prática de explicar sobre finanças. Continuarei visualizando suas dicas.

    Abraços

    • Olá Marcelle!

      Fico feliz que tenha gostado dos artigos sobre finanças do meu site! Espero continuar escrevendo artigos que sejam úteis! Aproveito pra deixar a dica do meu ebook sobre investimento em ações. Ele é super prático, curtinho e rapido de ler. Você pode baixar ele aqui!
      Boa sorte!

  5. Guilherme

    Olá Gisele, tudo bem? Primeiramente, parabéns pela postagem, uma das poucas que encontre que explica de maneira simples a forma de calculo do rendimento real.
    Escrevo para tirar uma dúvida: Estou realizando comparações de investimentos e determinados investimentos possuem taxas de administração além do IR. Para determinar o quanto lucraria em um período de 3 anos realizei o calculo do rendimento bruto, ao fim subtrai todas as taxas e IR e calculei o rendimento sem o desconto da inflação. Por fim utilizei a fórmula acima para descobrir o rendimento liquido final já considerando a inflação. Obtive assim uma taxa(usei ela de comparação), e para saber o meu rendimento liquido final apliquei esta taxa sobre o montante investido.
    Gostaria de saber se acha coerente e correta esta abordagem? Existem muitas maneiras de realizar comparações, mas eu prefiro aquela que comparo as taxas anuais, ela lhe parece efetiva?

    Meus parabéns novamente e obrigado!

    • Olá Guilherme!

      Sua conta faz sentido sim, dessa forma como você fez, você consegue saber o valor em espécie que terá de rendimento. Eu acho coerente, mas eu prefiro sempre olhar valores em taxas, pois fica mais fácil de comparar com outras aplicações, e ter uma noção bem clara do quanto isso representa em ganho de poder de compra..
      Abraços!

  6. Sara de Aquino

    Boa Tarde!
    Estou fazendo parte de uma pesquisa, onde fiquei responsável de recolher a receita orçamentária total dos municípios do Rio de Janeiro. Porém, meu professor me orientou a retirar o efeito da inflação desses valores.

    Por exemplo: O município de Angra dos Reis teve um total de arrecadação em 2013 de 827.643.932,79.

    Para retirar o efeito da inflação desse ano é só seguir o passo-a-passa acima?

    Grata!

  7. Randal

    Gisele, tudo bem.

    li seu artigo a achei interessante. Você poderia me explicar como desconto o IR. Sei que a alicota depende do período que a aplicação fica sem resgate. Mas como seria a formula matemática?
    Uma outra questão é ao calcular o rendimento liquido, primeiro desconto a inflação e depois o IR?

    • Olá Randal

      O imposto de renda deve ser abatido (ou descontado) do rendimento da aplicação. É só você multiplicar a alíquota do período correspondente, pela rentabilidade da aplicação no período.

      O rendimento líquido é o rendimento sem custos e impostos. O rendimento real seria este rendimento descontado da inflação.

      ABraço!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Send this to a friend