O resultado as eleições e seus investimentos – I

Neste artigo de três partes você vai ficar por dentro de um resumo sobre o atual cenário econômico brasileiro e as expectativas do mercado financeiro após a reeleição de Dilma Rousseff. Você também vai ver qual é a importância disso tudo para os seus investimentos e vai ficar por dentro das melhores dicas de investimento para este período. Nesta primeira parte do artigo você ficará por dentro das atuais expectativas para a inflação e sua importância para seus investimentos.

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O que influencia a rentabilidade dos seus investimentos?

Se quiséssemos dividir os investimentos de acordo com sua rentabilidade, eles formariam dois grandes grupos: os de renda fixa e os de renda variável (para saber mais sobre esses dois tipos de investimentos, baixe o meu ebook).

Os investimento da renda fixa tem sua performance afetada principalmente pela inflação e pelas taxas de juros, em especial, a Taxa Selic. Já os investimentos da renda variável também podem ser afetados por estas condições, mas sofrem principalmente a influência das condições do mercado no momento da compra (ou venda) do título.

Então, em resumo, o ambiente econômico influencia na rentabilidade dos seus investimentos de alguma forma. Por isso é preciso entender onde estamos e pra onde iremos, e o como isso pode influenciar seus investimentos. E tudo isso vai depender da política econômica que o Governo irá adotar após as eleições.

Os políticos e o otimismo Exagerado com a economia Brasileira

Durante as campanhas políticas ouvimos muitas vezes que o país vai muito bem pois não há desemprego, a inflação está controlada, e muitas pessoas de baixa renda conseguiram aumentar seus rendimentos e assim, saírem da linha de pobreza ou ainda migrarem para a classe média.

No entanto, a realidade é que o país não vai tão bem assim, e isso não vem de agora. Muitos analistas de mercado e economistas tem alertado sobre o contrário; inclusive institutos governamentais como o IPEA, também tem apontado a gravidade dos problemas que o Brasil vem enfrentando em sua economia.

O atual Ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou recentemente no dia 27/10/14, em matéria do Jornal Valor Econômico:

“Estou feliz com o resultado das eleições isso mostra que população está aprovando a política econômica que estamos praticando”

Essa afirmação soou como sinal de alerta para o mercado financeiro e para a maioria dos investidores, indicando que existe a possibilidade do Governo não reconhecer os erros na atual trajetória da política econômica e não realizar as mudanças necessárias para que o país controle melhor a inflação e retome o crescimento econômico de uma maneira consistente e duradoura, favorecendo também o ambiente de negócios.

O problema da inflação para a economia e para seus investimentos

Um dos principais problemas que a economia brasileira vem enfrentando é o da inflação. Apesar da inflação não ser tão alta como um dia já foi, como antes do plano real, quando atingia 2.477% ao ano (em 1993); ela poderá se tornar um grande problema se nada for feito.

A inflação alta é prejudicial por diversos motivos, mas o que piora o cenário atual é que a economia brasileira não está crescendo. Geralmente há aumento de inflação quando há aumento de demanda (e crescimento da economia), mas o que ocorre hoje é o contrário. É o que os economistas chamam de “estagflação”. A inflação é a maior inimiga da renda e do crescimento econômico. Ela reduz a renda da população e prejudica o consumo. Quanto maior for inflação, pior é a relação dos termos de troca na economia, o que provoca redução na demanda, que é o que movimenta a geração de empregos.

O Governo atual e a inflação

Ainda não se sabe ao certo como a equipe econômica do Governo Dilma irá agir, neste momento pós-eleições, para reduzir a inflação. Os pontos de atenção com relação à inflação, e que você deve ficar por dentro são:

• ausência de sucesso em atingir o centro da meta, do sistema de metas de inflação, que é de 4,5% ao ano desde o início de 2011;
• o sistema de metas, quando não é cumprido, reduz a confiança do mercado (empresários e da indústria) na política econômica do Banco Central Brasileiro, o que prejudica o ambiente e desfavorece o crescimento das empresas;
• não reajuste dos preços administrados para conter o aumento da inflação;
• utilização de artifícios variados para conter o aumento da inflação, como retardar o aumento das tarifas para datas futuras (o estopim das manifestações de junho de 2013 foi o adiamento do reajuste nas tarifas de transporte público, que deveriam ter sido feitas em janeiro quando os estudantes estavam de férias, mas foi anunciada em maio numa tentativa de retardar a inflação no período)
• forte intervenção no câmbio com objetivo de conter a alta do dólar. Quando preços cotados em dólar são contidos, é criada uma situação artificial de inflação que pode se deteriorar com facilidade.

Nesse cenário, a inflação real ultrapassa o teto dos 6,50%, e muitos analistas de mercado estimam que ela deve estar próxima dos 10% anuais ou mais. A utilização da contenção do reajuste de preços administrados como forma de conter a inflação é uma ação que pode prejudicar a economia no médio e longo prazo, à exemplo do que acabou acontecendo com nossos vizinhos argentinos. Veja abaixo um infográfico elaborado pelo Jornal Folha de São Paulo, onde se mostra quais são os preços administrados que nos últimos 12 meses mais impactaram no aumento de inflação:

A importância da inflação para os seus investimentos

A inflação é muito importante pra quem investe. Quando a inflação é alta você precisa se esforçar ainda mais pra conseguir boa rentabilidade nos investimentos. E quando a inflação não é refletida de forma nítida pelos indicadores oficiais a situação fica ainda mais difícil. Você precisa de rentabilidades maiores do que as oferecidas pelas taxas de juros da economia às quais tem mais fácil acesso, como a Taxa Selic e a Taxa CDI, que não momento atual não refletem a condição real de inflação do país. Se você quiser saber mais sobre o que é e como funciona a inflação, e como ela afeta os seus investimentos, leia meu artigo “Conceitos Básicos sobre Como Investir: Inflação”.

Na segunda parte do artigo irei aprofundar o tema do crescimento econômico (taxa de crescimento do PIB) e também trarei outros dados macroeconômicos que são importantes para quem investe. Você pode acessar a segunda parte deste artigo IPEA.

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Recomendo a leitura:

• Conceitos básicos sobre como investir: o que é investir?
• A Taxa Selic e sua importância para seus investimentos
• Como economizar dinheiro: 6 passos para seu orçamento pessoal
• Como avaliar a rentabilidade dos seus investimentos: utilize um benchmark
• Planos de Previdência valem a pena?
• Guia do Iniciante: como investir na Bolsa de Valores
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