Como saber quando o rendimento de um investimento é bom? Você utiliza algum benchmark? Neste artigo vou explicar para você o que é o benchmark, e como você pode utilizá-lo para avaliar os seus próprios investimentos, entendendo quando eles vão bem ou não.
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Como saber se a rentabilidade de um investimento é boa?
Todo investidor que está começando a investir seu dinheiro no mercado financeiro precisa avaliar de tempos em tempos se a rentabilidade do investimentos está boa ou não. Você pode chegar a conclusão que o desempenho do seu investimento está “fraco”, “mediano”, ou até “ótimo”. Mas para fazer esse tipo de avaliação você vai precisar definir duas coisas: o seu custo de oportunidade, e um benchmark.
Custo de oportunidade: o mínimo aceitável para poder investir
O custo de oportunidade é o custo que você tem de perder a oportunidade de investir em algo que é liquido e certo. Por exemplo, imagine que hoje você tem R$ 15.000 na poupança. Você decide investir em algum outro investimento, como um fundo de investimento ou um CDB. Nesse caso qual seria o seu custo de oportunidade pra este investimento que você vai fazer? Seriam os 6% ao ano que a caderneta de poupança paga. É assim porque você estaria deixando de investir na poupança, que é algo hoje que é liquido e certo (ou seja, que é fácil de fazer), pra poder investir em outra coisa como um CDB.
O custo de oportunidade reflete então a rentabilidade mínima aceitável que qualquer investimento deve ter para você. Repare que cada investidor tem um custo de oportunidade diferente. Algumas pessoas conseguem investir e receber 100% do CDI sem custos. Outras precisarão investir na poupança. Por isso avalie bem qual é o seu custo de oportunidade antes de começar a investir.
Avaliando a performance de um investimento: escolhendo um benchmark
Se o custo de oportunidade reflete a rentabilidade mínima aceitável para um investimento, o benchmark reflete uma rentabilidade mediana, à qual você gostaria de superar. O Benchmark, para investimentos é alguma taxa que representa a rentabilidade média do segmento em que você está investindo. Por exemplo: imagine que você está investindo em Títulos do Governo pelo Tesouro Direto. Pra saber se a rentabilidade deles está sendo boa ou não, você pode compará-la com a rentabilidade de um benchmark. Pra escolher um bom benchmark com o qual comparar os seus investimentos, basta pensar naquele indicador ou taxa que reflete bem o comportamento dos tipos de títulos que você pensa em investir.
Existem dois pontos aos quais você deve se atentar quando estiver escolhendo um benchmark:
- Compare sempre coisas semelhantes: renda fixa com renda fixa, renda variável com renda variável, e sempre títulos de mesma natureza;
- O Benchmark é um parâmetro do que é uma boa rentabilidade, mas não da rentabilidade máxima possível: O desempenho excelente de um investimento geralmente é conseguido quando ele “bate” o benchmark (ou seja, supera o benchmark).
Benchmark para investimentos da Renda Fixa
Um bom benchmark para investimentos da renda fixa pode ser a taxa CDI. Ela é uma ótima referência para os investimentos da renda fixa porque a taxa CDI é a média pela qual os Bancos conseguem dinheiro emprestado, e geralmente é a taxa de referência pra grande parte dos investimentos da renda fixa.
Imagine que quando os Bancos tomam dinheiro emprestado no mercado interbancário, a taxa de juros mais competitiva que eles conseguem é a taxa CDI. Consequentemente, a taxa que eles pagarão em investimentos que ofereçam a seus clientes, ou que eles consigam através de outros investimentos, sempre vai estar relacionada a taxa CDI, seja como % do CDI, seja tentando superar o CDI. Muitos fundos de investimento cobram a taxa de performance baseados no quanto o fundo ultrapassa a taxa CDI.
Benchmark para investimentos da Renda Variável
Para investimentos de Renda Variável como as ações, um bom benchmark pode ser o índice Ibovespa, pois ele é um índice que mede o desempenho médio das ações mais negociadas no Brasil e é oficialmente calculado pela BMF & Bovespa. Ele é calculado com base nas ações mais negociadas na Bovespa no período. Essas ações são como uma seleção ideal do que o mercado considera empresas mais sólidas no momento. Além disso o índice não considera custos e impostos no rebalanceamento, Por essas razões, o índice Ibovespa é um ótimo benchmark para quando estamos fazendo investimentos em ações.
A performance dos investimentos depende do talento do administrador da carteira
Os Benchmarks e o custo de oportunidade ajudam o investidor a avaliar quando os investimentos estão dando uma boa rentabilidade ou não. Existem muitos outros benchmarks além destes que citei e cada investidor tem um custo de oportunidade para seus investimentos. É preciso que cada investidor avalie suas condições para escolher o melhor benchmark para seus investimentos, e para definir com clareza seu custo de oportunidade.
Conheço muitos investidores que criam seus próprios benchmarks, o que pode ser bom para eles, mas na minha opinião não é sempre necessário.
Espero que esta dica te ajude a avaliar melhor quando seus investimentos estão indo bem ou não. Mas lembre-se: para um investimento dar certo ele depende de muitos fatores, como a performance da economia, a trajetória das taxas de juros. Mas o fator principal para que um investimento dê certo é a capacidade que você tem de administrá-lo. E utilizando os benchmarks você tem uma ferramenta a mais para administrar bem a sua carteira de investimentos.
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Boa noite
Eu utilizo alguns benchmarks no auxílio aos meus investimentos, como o ibovespa, o cdi, o índice de dividendos e o ifix (índice de fundos imobiliários) e tenho um benchmark fixo em 8, 10 ou 12% ao ano prefixado em proventos a partir do qual eu considero interessante para investir em ações com foco em dividendos ou em fundos imobiliários.
Olá Giovanni!
Ótimo!! É muito importante utilizar benchmarks, na minha opinião. Sei que há pessoas que não utilizam, mas eu gosto de ter alguns parâmetros pra comparar a rentabilidade dos meus investimentos. É bem por aí mesmo!!
Abraços!
Olá Gisele
Frequentemente leio “dicas”, nas quais os autores comparam as taxas de retorno de investimentos para definir a melhor opção. Igualmente noto que alguns produtos tem diferenças, as vezes sútis, mas que complicam a generalização. Entre eles, a taxação de imposto de renda e prazos de resgate. Mas, é assunto para outro momento.
Eu acho que o indicativo da taxa de retorno deixa a desejar. Não seria melhor utiilizar a metodologia do VPL?
Com a palavra, a Gisele.
Se preferir continuar a conversa, utilize o meu e-mail para responder diretamente a mim. Assim, podemos nos entender melhor e a exposição dos argumentos.
Obrigado.
Olá Lauro,
Eu gosto mais de comparar taxas, pois facilita muito pra mim o entendimento do quanto de retorno anual o investimento vai gerar. Mas acho que é questão de gosto pois cada um dos métodos de avaliação de investimentos (incluindo os mais conhecidos como TIRm, Fluxo de caixa descontado, etc) tem seus prós e contras. O que observo como sendo mais comum no mercado financeiro, tratando-se de investimentos financeiros, é a utilização de taxas.
Abraços!