No artigo anterior comecei a explicar se existe a possibilidade de quem investe no Tesouro Direto não receber o dinheiro de volta do Governo – o risco de calote no Tesouro Direto. Neste artigo vou finalizar minhas explicações sobre dívida pública brasileira, e espero ajudar vocês leitores, a entenderem esse cenário econômico, que parece complicado, mas não é :-)! Vamos lá!
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Entendendo melhor a Dívida Pública Brasileira, ou Dívida do Governo
O passo que precisamos dar pra entender se há risco de não recebermos nosso dinheiro ao investirmos no Tesouro Direto é entender como está a Dívida Pública Brasileira hoje!
De tudo que o Governo deve, quanto você acha é o dinheiro devido a pessoas como eu e você?
Pra responder isso, vamos ver quem são os credores da Dívida Pública Brasileira (dados de ago/2015):
- 25% são Bancos (e isso é preocupante, pois se os Bancos tomarem calote e ficarem insolventes, eu, você e a economia como um todo sofreremos amargas consequências);
- 20% são Fundos de Investimento
- 19% são estrangeiros
- 20% são Planos de Previdência (você já comprou algum?)
Somando os números acima você deve ter percebido que não chega nos 100%. É porque o restante são seguradoras, Governos, e “outros”. Estima-se que menos que 1% dessa dívida toda seja referente a Tesouro Direto vendido a pequenos investidores.
Como o Governo pode contornar o problema de falta de recursos
Já falei no artigo anterior que o Governo emite dívida através dos títulos do Tesouro Direto. O Governo tem dívidas como qualquer pessoa, só que ele é diferente de mim ou de você porque ele pode simplesmente emitir mais dívidas pra pagar suas dívidas antigas, ou, em última instância, imprimir papel moeda e pagar as dívidas que deve.
Seria como pegar um novo empréstimo pra pagar um antigo, mas sem compromisso de pagar. É isso que o Governo faz. Ele emite novos títulos do Tesouro Direto, e com o dinheiro que entra, paga os títulos que estão pra vencer.
O impacto que a perda do rating teve sobre o Tesouro Direto
O problema com isso é que as pessoas precisam querer emprestar dinheiro pro Governo, pra quererem comprar os títulos do Tesouro Direto. E uma coisa que afeta isso é o rating do país.
Você lembra quando o Brasil perdeu o Grau de Investimento (o rating), em 2015? Quando um país é rebaixado no rating, sua dívida pública do país passa a ser vista com outros olhos, tanto pra quem é do Brasil, como pra estrangeiros.
Isso quer dizer que fica mais difícil tomar dinheiro emprestado de estrangeiros, e até mesmo de brasileiros, porque todo mundo começa a achar que é mais arriscado investir no Brasil.
Já expliquei no meu artigo sobre risco, que quanto maior o risco de um investimento, maior a remuneração. Então, os efeitos do rebaixamento da nota do Brasil é que o Governo tem que aumentar os juros que oferece, pra tomar dinheiro emprestado das pessoas.
Quer saber como o mundo está enxergando a dívida pública brasileira?
Existe uma espécie de seguro contra “calotes”, chamado “Credit Default Swap”. É simplesmente um seguro que os investidores estrangeiros fazem, quando investem em países que consideram arriscados. No caso do Credit Default Swap, o investidor paga um valor pequeno, e recebe o valor total que investiu no caso de um “acidente”, que acontece quando o país no qual se investe quebra. Pra saber se a quantas anda a dívida pública brasileira, leia o RMD (Relatorio Mensal da Dívida Pública Federal).
Se a dívida estiver crescendo, este tipo de seguro irá se tornar cada vez mais caro, o que irá mostrar como os investidores estrangeiros estarão avaliando o Brasil.
Então qual é o risco de eu não receber o dinheiro que investi no Tesouro Direto?
O que vai determinar se haverá um calote no Tesouro Direto será a capacidade do governo brasileiro conseguir continuar “rolando sua dívida” (continuar emitindo – ou “vendendo – títulos do tesouro direto no mercado pra investidores). E isso vai depender muito da implementação de reformas, e de como o mercado irá avaliar a austeridade do governo.
Enquanto o governo brasileiro tiver capacidade de “vender” novos títulos, continuará pagando os antigos. Mas, se reformas que cortem os gastos públicos não forem implantadas, e levando em conta a rapidez com que a dívida pública vem evoluindo, o cenário futuro não é nada bom.
Resumindo a história do Tesouro Direto e da Dívida Pública Brasileira: ainda vale a pena investir?
Na minha opinião ainda dá pra investir no Tesouro Direto sim no curto e médio prazo. Com relação ao longo prazo é difícil dizer algo concreto! *atualização de dez/17 – jan/18.
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excelente artigo.
O governo irá paga as dívidas, mesmo que para isso aumente a inflação e impostos.
Desda não sábia que a população ficava somente com 1% dos títulos.(aprendi mas esta).
Olá Misael!
Obrigada pelo comentário!
As informaçoes sobre os títulos, como por exemplo, quem são os atuais detentores, ficam disponiveis no site do tesouro nacional, é super simples de ver, se você quiser ver, pode consultar este link [clique aqui].
Abraços!
Gisele, também estou lendo muito sobre o TD pois tenho um blog e atualmente acho um dos investimentos mais seguros, principalmente para quem deseje se aposentar. investir em um Plano de Previdência Privada que te cobra um monte de taxas, descontos e descobrir ao estudar um pouco que eles fazem o que nós poderíamos estar fazendo (aplicar no TD) é abusar da nossa inteligência. Hoje invisto no IPCA+ 2035 sem medo…..
Obrigado por nos fornecer importantes informações e continue assim!
Olá Walter!
Fico feliz que o artigo tenha sido útil! Você está certíssimo, vale a pena se informar um pouco para conseguir identificar melhores investimentos do que a previdência privada, que atualmente é muito cara. O Tesouro Direto por enquanto ainda é seguro. Vamos acompanhar para ver se continua assim.
Abraços!
Bom dia! Sugiro que coloque a data nos seus artigos, pois o que se fala hoje, pode não valer para amanhã. Aliás, quando este foi publicado?
Olá Tatiana,
Anotei sua sugestão, estou vendo com o pessoal que me dá suporte aqui no site pra ver se colocamos!
Abraços!
Gisele olá tudo bom? Gostei muito das suas palavras neste post e gostaria de saber aonde você encontrou os dados das porcentagens e de quem são os credores da divida publica.
Desde já agradeço
Carol
Olá Carol!
Desde Bancos até estrangeiros, fundos de pensão! No site do Tesouro Nacional você encontra esta informação,
abraço!