Empresa e Mercado na Análise fundamentalista [4]

Analise fundamentalista 4 - Analise qualitativa - mercado x empresa 1 - Seu Guia de Investimentos

No artigo de hoje vou continuar o passo a passo da análise fundamentalista e vou mostrar  como analisar os aspectos qualitativos da empresa x mercado onde ela atua.

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Entendendo a atuação da empresa no mercado

No último artigo começamos a entender o que é a análise qualitativa. Vamos agora nos aprofundar um pouco mais nesse assunto, e olhar os cinco aspectos da interação “empresa x mercado”, pra continuarmos com a análise qualitativa, que é uma parte importante da análise fundamentalista:

  1. Clientes
  2. Participação de mercado e “fossos competitivos”
  3. Crescimento da indústria
  4. Concorrência
  5. Leis e regulação

Entendendo os clientes na Análise fundamentalista

Ao contrário da análise técnica, onde são analisados apenas os aspectos mais imediatos de uma ação, na análise fundamentalista o que se busca é entender todo o contexto de uma empresa que influencia o preço de sua ação. O primeiro passo pra se entender como é o mercado onde a empresa atua é saber quem são os clientes da empresa. Se a empresa depende de poucos clientes pra faturar, isso quer dizer que seu posicionamento é frágil, pois a perda de alguns clientes pode prejudicar o lucro. Depois disso, tente entender como os consumidores desse mercado se organizam. Eles são pulverizados, concentrados, tem força de barganha? Tudo isso vai te permitir entender se a empresa tem vantagens competitivas com seus clientes.

Participação de mercado e “fossos competitivos”

Analise fundamentalista 4 - Analise qualitativa - mercado x empresa - fosso competitivo - Seu Guia de InvestimentosSegundo passo: qual é a participação que a empresa tem no mercado? Ela é líder, segunda colocada? Terceira? O mercado é pulverizado? Há espaço para aquisições? Quando a empresa é lider com mais de 85% da fatia de mercado, em geral o que ocorre é que há algum “fosso competitivo” que ajuda ela a manter essa liderança. Fosso competitivo é alguma vantagem que a empresa possui e que protege seu mercado dos concorrentes. Esse termo foi criado pelo mega-investidor Warren Buffet (o mais bem sucedido discípulo de Benjamin Graham), pra identificar vantagens competitivas que não são facilmente copiáveis e que deixam a empresa em grande vantagem com relação aos seus concorrentes.
Um exemplo de fosso competitivo, no caso de uma mineradora, pode ser a propriedade de uma reserva ainda não explorada de minério de ferro. Pra muitas outras empresas, fosso competitivos tem a ver com escala e tamanho. Procure empresas que possuam “fossos competitivos”.

Analisando o crescimento do mercado 

Próximo passo, na análise fundamentalista de empresas, é entender o potencial que a empresa de seu interesse tem pra crescer. E isso vai depender do crescimento do mercado onde ela está inserido. Há mercados que já são maduros e não irão mais crescer, apenas se manter. Outros podem ser mais explorados e crescerem mais. Empresas que estão em mercados em plena expansão tendem a crescer a taxas mais elevadas que empresas em mercados maduros. Analise se o mercado está em declínio ou até mesmo se há indícios de que este mercado possa ser extinto aos poucos.

A força da concorrência na Análise Fundamentalista

Na análise fundamentalista, depois de entender como está o crescimento do mercado, você precisa analisar os concorrentes. Quantos concorrentes a empresa tem? Se ela tiver vários concorrentes pode ser que as barreiras de entrada pra esse mercado sejam baixas. Às vezes elas nem existem. Outro fator importante com relação aos concorrentes é que, num mercado onde a empresa e seus concorrentes não tem poder de negociação com seus fornecedores, elas tem que submeter aos preços que eles determinam. A situação inversa também pode ocorrer. Empresas de grande porte que possuem grande poder de barganha podem forçar seus preços em seus fornecedores. Um exemplo de empresa que faz isso é o Wal-Mart.

Leis e regulação

Por último, na análise fundamentalista, um dos mais importantes pontos quando analisamos a interação entre empresa e mercado, é entender como esse mercado é regulado pelo governo e se há leis que interferem nele. Isso tem relação com o risco de investimento nesta ação.

Um grande exemplo disso são as concessionárias de energia elétrica, que dependem de autorização do governo pra aumentarem seus preços. Esse tipo de regulação interfere muito na performance da empresa. Se a empresa não consegue repassar facilmente seus custos para seus clientes, o risco do investimento pra quem compra a sua ação é muito mais alto. Muitas empresas desse tipo optam por pagar maiores dividendos como forma de atrair investidores. Vale pesar tudo na balança pra ver se vale a pena investir.

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Sobre Gisele

Sou apaixonada por finanças e investimentos. Essa paixão começou em 2004 quando comecei a investir em ações. Aqui no site tenho como objetivo ajudar meus leitores a entender como o mercado financeiro e a economia estão presentes no seu dia-a-dia e a melhorar sua capacidade de tomar boas decisões de investimentos para suas vidas. Eu invisto através da filosofia de investimento em valor e análise fundamentalista. Quero dividir um pouco do que aprendi com vocês e também, aprender sempre mais através dos seus comentários e suas dúvidas.

4 comentários

  1. Muito bacana.

  2. Antonio Carlos

    muito bom este artigo, vou começar investir na bolsa, mas anda tenho muita duvidas, agradeço pela força que vc está dando, parabens

    • Olá Antonio Carlos!

      Que bom que os artigos estão te ajudando nos seus primeirso passos com investimento em ações. A Análise fundamentalista parece difícil, mas com um pouco de dedicação é possível dominar esta técnica. Em breve publicarei mais artigos falando sobre a análise e indicadores.
      Abraços!

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