No artigo de hoje vou mostrar como funciona a análise qualitativa da empresa, quando estamos fazendo a análise fundamentalista de uma ação.
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Vamos lá!
O primeiro aspecto qualitativo: modelo de negócio da empresa para a Análise Fundamentalista
Já vimos o que é a Análise Fundamentalista antes. Agora, o primeiro passo pra entender os aspectos qualitativos de uma empresa (ou seja, aqueles que não da pra ver nos números), é entender o modelo de negócio da empresa.
Pra entender o modelo de negócio de uma empresa, a pergunta que o investidor precisa responder é “Qual é a principal fonte de receita desta empresa hoje?”
Pode ser que algumas vezes não seja tão fácil responder a essa pergunta e entender o que exatamente uma empresa faz. Por exemplo, se você pensa numa cadeia de restaurantes como o MacDonnalds, é fácil entender da onde vem o dinheiro, porque ele vem do negócio de alimentação. Mas as vezes, há empresas que possuem fontes de caixa que não são muito claras ou visíveis pra quem olha de fora.
Esse era por exemplo o caso da empresa americana “Boston Chicken”. A princípio, pelo nome, você pode até pensar que a maior parte do faturamento vem do ramo de alimentação. Na verdade, essa cadeia de restaurantes ganhava a maior parte de suas receitas através dos royaties cobrados dos franqueados. Como o negócio da Boston Chicken era baseado numa rede de lojas franqueadas, a maior parte da receita de empresa vinha justo da cobrança de taxas dos franqueados, e não do negócio em si. Ou seja, o negócio era basicamente uma grande rede franqueadora. E além desse fato, a administração dessa empresa era extremamente agressiva em incluir alguns números pra ajudar a incrementar seu faturamento. Logo foi revelado que os franqueados estavam perdendo dinheiro, e em pouco tempo, a Boston Chicken acabou falindo.
Esse tipo de análise, onde tentamos entender mais profundamente os números que a empresa apresenta, foram muito difundidos por Benjamin Graham e seu discípulo Warren Buffett, um dos homens mais ricos do mundo. Outros mega-investidores da atualidade também segue esse mesmo método de análise de empresas, como Peter Lynch, John Templeton, David Dreman, e muitos outros.
Entendendo as vantagens competitivas de um negócio com a Análise Fundamentalista
A segunda coisa que você precisa entender numa análise fundamentalista de uma empresa, é quais são as principais vantagens competitivas do negócio.
De acordo com o famoso professor de Harvard, Michael Porter, vantagens competitivas sustentáveis das empresas dependem de:
- Um posicionamento competitivo único
- Alto grau de eficiência operacional
- Atividades totalmente alinhadas a estratégia da empresa
- Alto grau de integração entre os processos da empresa
Analisando a administração do negócio de acordo com a Análise Fundamentalista
Outro ponto importante que muitos investidores deixam de lado: quem está administrando o negócio? Hoje em dia, empresas administradas pelo governo podem ser sinônimo de ineficiência, burocracia e ate corrupção. Mas e as empresas privadas? Pra saber mais sobre quem são as pessoas que administram a empresas primeiro procure saber quem são os acionistas majoritários. Depois ouça as conference calls de apresentação dos resultados trimestrais. Você encontra as conferece calls disponíveis para ouvir nos sites de relacionamento com investidores da maioria das empresas abertas.
Pesquise sobre quem são os executivos lideres da empresa que te interessa. Jogue no google. Olhe pro passado deles. Analise bem e avalie o histórico.
Verifique ainda como funciona o conselho de administração. Veja o quanto o conselho é independente dos administradores da empresa.
Avaliando os direitos dos acionistas
Outro ponto importante na análise fundamentalista: verifique qual é a politica de pagamento de dividendos aos acionistas que a empresa adota. Você encontra ela num documento chamado justamente “politica de pagamento de dividendos”. Cada empresa tem a sua.
Entendendo a governança corporativa na Análise Fundamentalista
Governança corporativa são as políticas que a empresa adota e que definem os relacionamentos e responsabilidades da empresa com a administração, diretoria e acionistas. Essas políticas tem como objetivo garantir que todas as partes façam o que é certo e que não incorram em atos anti-éticos ou ilegais. A idéia é que quando a empresa pega dinheiro de pessoas que compram ações e viram seus sócios, ela deve buscar os interesses de seus acionistas, e não somente seus próprios interesses (que podem muitas vezes serem diferentes). O acionista quer a sua remuneração na forma de dividendos, e também a valorização da sua fatia da empresa, ou seja, da sua açao. E isso vai depender de uma boa administração da empresa.
Nos Estados Unidos a lei Sarbanes-Oxley protege os acionistas. Aqui no Brasil, a nata das empresas de capital aberto, que possuem ações no mercado americano, são signatárias desta lei. Ou seja, mais ou menos 38 empresas aqui no Brasil tem ainda uma maior obrigação do que as demais para com a busca dos interesses dos acionistas. Isso diminui o risco do investimento nas ações destas empresas.
Agora já deu pra ter uma noção boa de como fazer uma análise dos aspectos qualitativos da empresa. No próximo passo da análise fundamentalista vamos entender melhor a interação da empresa com seu mercado. Clique aqui.
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Mais sobre Análise Fundamentalista:
- Tudo o que você precisa saber sobre Análise Fundamentalista [1]
- O que é Análise Fundamentalista [2]
- Analisando qualitativa dentro da Análise Fundamentalista [3] (você está aqui)
- Empresa x Mercado na Análise Fundamentalista [4]
- Entendendo as Demonstrações Financeiras das Empresas na Análise Fundamentalista [5]
- A importância do Valuation na Análise Fundamentalista [6]
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