Neste artigo de três partes você vai ficar por dentro de um resumo sobre o atual cenário econômico brasileiro e as expectativas do mercado financeiro após a reeleição de Dilma Rousseff. Você também vai ver qual é a importância disso tudo para os seus investimentos e vai ficar por dentro das melhores dicas de investimento para este período. Nesta segunda parte do artigo você ficará por dentro do crescimento do PIB e dos números oficiais sobre a economia.
O GOVERNO ATUAL E O CRESCIMENTO DO PIB
O crescimento da economia e do PIB é importante pra quem investe. O crescimento e a estabilidade econômica ajudam as empresas a se desenvolver e a gerar empregos, o juros a se estabilizar, e assim você poder conseguir planejar os seus investimentos no longo prazo.
A taxa de crescimento do PIB no Brasil tem diminuído de forma pronunciada nos últimos quatro anos. O que isso tem de grave é que não há uma crise internacional influenciando a performance do Brasil, e soma-se a isso uma inflação persistente. Para saber mais sobre como a inflação é importante neste momento, veja o artigo anterior à esta parte.
Com o PIB caindo o que pode ocorrer é que aumente o desemprego, que atualmente não vai tão bem como parece. O que aponta a carta de conjuntura do IPEA é que o que vem ocorrendo não é a redução do desemprego, mas uma desistência por parte dos desempregados em procurar emprego (que é refletida pela “retração da população economicamente ativa” em buscar emprego, de 0,9%). O DIEESE (que não é um órgão oficial), aponta que o desemprego real deve estar na faixa dos 10%.
O quadro de baixo crescimento somado a alta da inflação precisa ser enfrentado por uma política econômica mais eficiente, e que coloque o Brasil de volta nos eixos do crescimento. Veja abaixo no gráfico elaborado pelo IPEA, como tem sido o crescimento do PIB desde os últimos 4 anos:
Os impactos do baixo crescimento podem ser muito mais bem visualizados quando olhamos os componentes do PIB. Veja na imagem abaixo, divulgada pelo jornal Valor Econômico em 24/10/14, que quase todos os componentes do PIB reduziram no terceiro trimestre de 2014 quando comparados ao trimestre anterior, e também quando comparados à 2013. Veja também que o que mais cresceu neste período foi o gasto do Governo, que é um ponto de atenção que o investidor deve levar em conta:
O AUMENTO DOS GASTOS DO GOVERNO É SINAL DE ALERTA AOS INVESTIDORES
O aumento dos gastos públicos, sem contrapartida equivalente em investimentos em infraestrutura e educação, é sinal de alerta para todos investidores.
Esse aumento, dentro de um período de redução do crescimento da economia, é ainda mais grave, pois quando a economia reduz seu passo, o Governo arrecada menos impostos devido à menor produção.
O superávit primário, que é o que o Governo consegue economizar depois de pagar todas as suas contas, é o dinheiro destinado ao pagamento dos juros das dívidas assumidas com investidores internos e externos. A manutenção do superávit primário, ou seja, as economias pra que fossem pagos os juros da dívida, era uma das metas do tripé macroeconômico, cujo objetivo é de contribuir para a estabilidade econômica.
Além da redução desse superávit, há também um aumento no déficit nominal (que é o que sobra do superávit primário depois do pagamento dos juros das dívidas. Como geralmente o resultado é negativo, ele é chamado de Déficit Nominal). O Governo tem ampliado a emissão de dívida (como por exemplo emissão de títulos do Tesouro Direto) e comprometido ainda mais as contas públicas.
Veja no gráfico abaixo os sinais de deterioração fiscal brasileira:
E COMO O MERCADO ANALISA A SITUAÇÃO ECONÔMICA BRASILEIRA?
Eu separei um vídeo interessante que mostra como o mercado está encarando toda esta situação. Nele, o economista Eduardo Giannetti, em entrevista para a Editora Brasileira do Comércio, fala sobre a situação atual da economia Brasileira. É quase que um resumo de tudo que vimos até agora. O vídeo é de um pouco antes do resultado das eleições, mas o economista fala sobre o crescimento da economia e os ajustes necessários à política econômica de maneira muito atual. É um excelente vídeo que merece ser assistido na íntegra:
E O QUE DIZEM OS DADOS OFICIAIS SOBRE A ECONOMIA?
Pra que você veja que os pontos que estou apontando não são apenas a opinião de analistas do mercado ou economistas, quero dividir com você outro estudo, elaborado por um órgão governamental chamado IPEA. Esse estudo que é publicado algumas vezes por ano, é chamado “Carta de Conjuntura”, onde são analisados os principais dados que falam da economia no Brasil. Você pode ler este estudo na íntegra neste link.
O QUE É E O QUE FAZ O IPEA?
O IPEA é um instituto governamental que realiza estudos sobre a situação econômica brasileira e sua conjuntura. IPEA significa “Instituto de Pesquisa Economica Aplicada”. Isso quer dizer que este estudo tem dados oficiais sobre a economia. Isso é importante pra que você veja que até os números oficiais apontam dificuldades. Estamos enfrentando uma crise que não tem nada a ver com “crise mundial”, e é preciso que você acompanhe isso de perto pra poder investir melhor o seu dinheiro.
A ECONOMIA BRASILEIRA DE ACORDO COM O IPEA
Os pontos importantes apontados pelo IPEA neste estudo são:
- Taxa de desemprego: atualmente se vende a idéia de que a taxa de desemprego é baixa porque a maioria das pessoas está encontrando emprego. Mas o que ocorre, de acordo com o relatório do IPEA, é que a população está desistindo de procurar emprego, o que reduz a quantidade de “desempregados” em busca de recolocação.
- Crescimento do PIB: estagnação econômica que não tem como causa um agente externo, como uma crise mundial, apagões energéticos ou flutuações bruscas em preços macroeconômicos. Isso quer dizer que o problema do crescimento econômico do Brasil tem causas internas, e não o contrário, como ouvimos várias vezes nas campanhas eleitorais;
- Desaceleração do consumo: desde o terceiro trimestre de 2013 o consumo das famílias vem reduzindo. Basicamente era o crescimento desse consumo que direcionava o crescimento do país. O consumo das famílias era estimulado principalmente pela expansão do crédito;
- Juros: alta dos juros sem expectativa de redução no médio prazo;
- Confiança da industria: queda da confiança dos empresários refletida pelos índices ICI e ICEI, o que se traduz em redução nos investimentos em produção e na geração de empregos;
- Cenário mundial: piora dos termos de troca no comércio mundial resultando em perda de renda real para o país.
- Parceiros do comércio mundial: redução no crescimento econômico de parceiros importantes no comércio internacional, como a China, principal importadora de minério de ferro do Brasil, que reduziu seu crescimento de 14% do PIB ao ano para os cerca de 7% anuais atuais.
Se você considerar estes dados oficiais apresentados pelo IPEA, a conclusão a qual podemos chegar é a de que não estamos no melhor dos momentos econômicos. Se não houverem mudanças na política econômico, podem haver consequências negativas para o crescimento do país, e também para os investidores, pois o atual cenário aponta para uma piora geral dos indicadores sem perspectiva de recuperação, o que dificulta qualquer tipo de planejamento no médio/longo prazo.
No próximo artigo vou falar sobre como tudo isso pode afetar os seus investimentos, e o que fazer para proteger seus dinheiro nesse período. Você pode acessar a terceira parte neste link.
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Olá Gisele.
Com a atual economia do governo que está sinalizando que não irá muda o seu jeito de governa a economia.
Estamos frustados pois se não muda o seu jeito agora e fala que estávamos errado e muda ou futuramente o país será uma Argentina. ( sem dinheiro para paga dividas),e sem confiança no mercado mundial.
Abraço muito obrigado.
Deus te ilumine a cada dia.
Olá Misael, e obrigada pelo seu comentário e sua participação no site!
Sim, você está certo, a esperança é a de que mudanças sejam feitas na política econômica pra que se retome o crescimento. Eu espero sinceramente que tudo melhore, que reconheçam o esgotamento do atual modelo de crescimento e sejam feitos os investimentos necessários pra que o país cresça. Até o momento não dá pra dizer se as mudanças serão feitas mesmo. Então só nos resta esperar. Mas assim como você, muitos investidores e empresários (exceto bancos) estão bastante decepcionados e frustrados. Vamos torcer pra tudo melhorar…
Um abraço, e fique com Deus!